Forte ventania cobria os prados
E as árvores trepidavam em agonia,
As flores caídas no chão da nostalgia
Pranteavam a sisudez do vento ingrato.
Galhos arrancados desabavam na ribanceira
Deixando nua a aparência do bosque,
No regato as folhas navegavam a reboque
De intensa saudade que parecia a derradeira.
No campo o silêncio era aterrador,
Apenas quebrado pelo assobio dos ventos,
Açoites que singravam o espaço cinzento
Calavam da passarada sibilos de amor.
Ouviu-se o denso choro de animais desamparados,
Depauperados pelo dilúvio que haveria de transformá-los!