Se pouco imaginas
Qual têmpera tem tal feitio
Em busca de algo além
Sem predizer para o que fazer
Sem querer ouvir um não
Tempos que se passam em loas
Na baixa temperatura de hoje
Por escolhas ora difusas
Melindres soltos no ar
Qual “vendetta” apraz
Sem seguir mais um sinal
Parado no ar sem silêncio
Menos que te importa
O agora é escárnio de tudo
Como se nada mais fosse ontem
Diligente em tantas causas
De afins estultos em vil metal
Por hora mais semelhante
Em pouca admiração adiante
Tomas apenas parte deste enredo
Mal-traçando a página em branco
Que de branco pouco se afigura
Penalizando a ponta desta pena
Recolhes de um tom mais baixo
Versando uma fuga antes da ária primeva
No acorde em semi-tom, vez faceira
Tenaz em outra fuga seqüente
Nem as flores vicejam mais radiantes
Malogradas em poucos aromas
Por cânticos sem os mesmos esmeros
Solos rústicos de solitária visão
De tudo aquilo que não se enxerga
Mesmo diante de tantos signos
O ar ainda parado, sôfrego
Salienta a latente dor nesse peito
Que mais do que uma busca
Exalta tantos amores na penumbra
Nesse ocaso de dia que se nega a acabar
Enquanto outros olhares se vertem
Num rasgo riso sem estima
Para tantas sobras de dor
Outro tom, mesmo refúgio
Bem quista Ilha, de tantos sonhos.
Peixão89
Publicado também na AVBL - Academia Virtual Brasileira de Letras e Recanto das Letras.