O mundo parece despedaçar-se
Dentro dos meus olhos num visco
De espelhos espessos como o sol
Que se esconde debaixo do tapete
Da escuridão das incertezas
É-me reconhecido mãe
Este forte que nos recolhe
Os sorrisos cúmplices
E a vontade de te elevar
Ao mais alto dos altares
Jurei-te que não choraria mais
Mas a noite cola-me os gestos
Sinto a manhã cada vez mais perto
E o sono onde te recolhes maior
O limo frio desce-me às mãos
O medo circunscreve o varal
Onde o pano que bordaste
Se passeia preso ao adeus
Posso oferecer-te a minha vida?
Carlos Val