Poemas : 

as velas

 
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I

fala-me dos nenúfares que as núvens
cobrem,

nos barcos naufragados em terra onde nasceram flores silvestres,

das cores soltas pelo pôr-do-sol
que levantam alguns ventos sem direção,
escondem-se outros.

[Ou...],

nessas palavras em que o verso grita sem destino,
aurora seja,
ou...

qual a cor do amar[?]. Pinta-o numa parede em ruínas,
eu,

II

as velas
libertam-se dos mastros de carvalho, regressam com as migrações
das aves,

liberta-me de mim,

e envolve-me o olhar cansado, arrastado-o como num tango em circulos,

os passos tocam-se levemente,
apenas levemente.

Sabes, eu nunca esqueci
porque sonhava naquelas noites com o mar,
era-me maremoto sem as margens que oprimiam, delimitavam.

Liberta de mim o mar que ainda me restou.



"Floriram por engano as rosas bravas
No inverno:veio o vento desfolha las..."
(Camilo Pessanha)

http://ricardopocinho.blogspot.com/
ricardopocinho@hotmail.com







...
[do ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]
 
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Transversal
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/05/2012 22:33  Atualizado: 04/05/2012 22:33
 Re: as velas
"qual a cor do amar[?]. Pinta-o numa parede em ruínas,
eu," Parabéns..maravilhosos texto...Grande abraço


Enviado por Tópico
jessicaseventeen
Publicado: 04/05/2012 22:39  Atualizado: 04/05/2012 22:39
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2011
Localidade: Coimbra, Portugal
Mensagens: 920
 Re: as velas
Belíssimo

Bom fim de semana,

Beijinhos *

Jessica


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/05/2012 22:48  Atualizado: 04/05/2012 22:48
 Re: as velas P/ Transversal
Belíssimo esse "maremoto" de emoções
em círculos que nos deixam
em "cores soltas" ou em "ruínas"...

Adorei ler! Parabéns!

Abraço poético

Felisbela


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/05/2012 20:30  Atualizado: 06/05/2012 20:30
 Re: as velas
qual a cor do amar[?]. Pinta-o numa parede em ruínas,
eu,

******** que vejo branca, lisa e suave,
esperando
olhando
pela janela em frente
de onde se vê a calmia das searas
que a brisa acaricia
num leve cheiro a palha seca...
pão do meu corpo
meu corpo como pão

e digoT


liberta-me de mim,

e envolve-me o olhar cansado, arrastando-o como num tango em circulos,

os passos tocam-se levemente,
apenas levemente.


_______________parece voo no meu olhar
na melodia que em nós dança
em nós

quem somos?

eu fúria calada
turbilhão dos S entidos
como tu,
mar perdido
jurando-se rio

Sabes, eu nunca esqueci
porque sonhava naquelas noites com o mar,
era-me maremoto sem as margens que oprimiam, delimitavam.

Liberta de mim o mar que ainda me restou.



aprisionada
em mim
afasto lentamente as ondas
neste caminho de vagas que me devoram


________é tão bom escrever nas tuas palavras, Obrigada

AbraçoT