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I
fala-me dos nenúfares que as núvens
cobrem,
nos barcos naufragados em terra onde nasceram flores silvestres,
das cores soltas pelo pôr-do-sol
que levantam alguns ventos sem direção,
escondem-se outros.
[Ou...],
nessas palavras em que o verso grita sem destino,
aurora seja,
ou...
qual a cor do amar[?]. Pinta-o numa parede em ruínas,
eu,
II
as velas
libertam-se dos mastros de carvalho, regressam com as migrações
das aves,
liberta-me de mim,
e envolve-me o olhar cansado, arrastado-o como num tango em circulos,
os passos tocam-se levemente,
apenas levemente.
Sabes, eu nunca esqueci
porque sonhava naquelas noites com o mar,
era-me maremoto sem as margens que oprimiam, delimitavam.
Liberta de mim o mar que ainda me restou.
...
[do ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]