Uma noite qualquer,
no céu vazio de estrelas,
e negro como o nada,
sete vezes sete luas,
dividiram o espaço
em tantas partes
incomensuráveis.
Nessa noite,
antes de raiar o dia,
sete vezes sete luas,
disputaram o direito,
de mais uma vez
ver surgir a noite.
E na manha seguinte,
sete vezes sete luas,
sete vezes sete corpos,
jaziam inertes no chão.
E quando morreu o dia
e a noite surgiu,
no céu negro,
vazio de estrelas
havia um infinito de nada,
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."