Deixa-me falar-te em silêncio
deixa-me explicar-te com meu calar
deixa-me fingir estar em tédio
pois já não vejo formas lógicas
nem então teorias poéticas
que me conduzam ao que tanto te explico
já se queimou meu hálito
pelo berrar de meu grito
poupa-me!
deixa-me falar-te num silêncio
palavras que se cansaram em mim
momentos que se foram ao fim
dores que me deixaram assim
deixa-me calar ao falar-te
que foi duro te amar
e é burro continuar
deixa-me calar ao gritar
pela raiva que estou a carregar
por ainda levar-te em meu respirar
deixa-me apenas odiar-te
amarrar-te no meu nó gargantal
e se der engolir-te no próximo Carnaval
deixa-me apenas falar em silêncio
o quanto morrer eu anseio...