Salve o santo labor da natureza – Lizaldo Vieira
Quero desses instantes
Em que a abelha sabe trabalhar
Unida
Pra tecer o mel
No favo do dia
Saciar a fome
Na festa da colmeia
Se tudo é belo
Tudo é preciso
Salve
Salve
Todos os pais
Todas as mães
Todos os filhos
Todos os bichos
Todos os descendentes
Todos os nichos
De bichos e gente
Todos os cheiros
Todas as cores
Todas as falas
Todas as caras
Todos os sabores
Todas as raças
Todas as espécies
Todos os amores
O santo labor
De tantos serviços
Que é bom
Que é divino
Todo progresso
E se não fosse a santa armonia
De por sagrade e vital seiva
Do santo suor
No rosto da vida
Esparramando no universo
O xamego da reprodução
Em sesu cios
Como ter vida em abundancia
E se tudo fosse embate
Só greve
E se o vento parasse
O sol parasse
A brisa parasse
A noite parasse
O dia parasse
A chuva parasse
A água parasse
O rio parasse
O mar parasse
A arvore parasse
A relva parasse
A floresta parasse
A fauna parasse
A flora parasse
O sabio labor
E toda vida da biodiversidade
Revoltada por tamanha ingratidão
Dos humanos
Resolvesse ficar em greve
Fechassem o balaio
Trancasse as portas
Cruzasse os braços
Cade alegria no ceu
Suas estrelas
Cade luz
O sol vermelho
O calor esquentasndo as formas
Esquecendo reclamos
Natransformação da natureza
O que seria dos terráqueos
Que ignora os serviços
Do bem
ENQUANTO explora
Espolia
Polui e esvazia
Até desmonta as intercalações
Deixando acabada
Desfigurando a mãe natureza
Como olhar pro tempo
Sem insetos alimentando a cadeia
Os pássaros alegrando as manhas
E montanhas
O que seria sem viver sem terapia
Espiar a cachoeira jorrando das pedras
Paredões de água
A evolução das plantas
Em seu prazer de alimentar
No roçado
Na virada da madrugada
Tudo cresce e floresce
Não podemos negar
O mais incrédulo e insensível
Dos homens
Que os santos serviços ecológicos
Prestados pela anônima natureza
Só nos beneficia
Cabana e vinha
Sem nada cobrar da logica
Trabalho-capital
Ignorávamos
Teu labor ó gaia
Perdão pelas contradições sociais
Dos sistemas desumanos
Nas relevâncias econômicas
E suas formas encartoláveis
De controle
De escravizar
Velha pratica
E tentativas vãs
De sobrepujar o trabalho
A beleza dos seres
A natureza
“O céu já foi azul, mas, agora é cinza”.
E o que era verde aqui já não existe mais...
Este ar deixou minha vista cansada.
“Nada de mais”
Renato Russo
“No suor do seu rosto, comeras o teu pão".
Um bom dia dos trabalhadores.
Para todos e todas
Trabalhar é preciso
Escravidão
Nunca mais
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...