No entanto as pessoas atemorizam-se, julgam-se ofendidas e assumem já uma atitude de defesa e de menosprezo, para com o seu semelhante, que aqui, por discordar de sua douta doutrina, deixou de ser um seu semelhante, de entre os restantes membros, da tribo, para passar a ser a razão, de uma vingança pessoal: o não retorno, à condição primeira, do humano que prevalece, sobre si próprio, é o estigma, com que tentam reeducar-nos, na sua voz levemente timbrada, de falsete.
Profetas da desgraça e de tudo o que não tem valor temporal (suas atitudes e crenças, são sempre de algo de etéreo, colocado onde só o vago prevaleça), o Homem, de fé – e real depositário, do Cristianismo, que elege estátuas e ícones absurdos, como forma de propaganda justificativa, para restituir, ao valor duvidoso, do pecado “original”, o seu “auto-de-fé” –, é bem o exemplo, de pessoa fracassada e sem qualquer tipo de indicio, de uma auto-estima, que vá assegurar, mais à frente, o seu percurso individual, no dia, em que, caminhando sozinho e sem muletas, terá forçosamente de assumir todas as suas acções, ou pela falta destas. Tudo que seja contrário a isto – e que eu aqui vos deixo escrito –, é só uma persistente doença, que teima em andar mascarada, de boa samaritana, como coisa demagoga, que é e faz-se, de esquecida.
Jorge Humberto
(27/10/04)