Sou a mente inquieta
que se esconde
na concavidade silenciosa
de uma ostra imperturbável
Sou o que resta de uma pétala
desfolhada
Uma quimera perdida
de uma asa quebrada...
Sou o fantasma errante
de uma vida adiada
O rio que vai deslizando manso
no leito infinito
sem retorno...
Sou a sombra que me persegue
em cada passo não dado
Sou o ser demente
que de mim se abeira
perigosamente!
Sou o viajante insano
do esconso abismo negro
Trago notícias
do vale dos degredos
Carrego comigo pesadelos
inimagináveis!...
Este que aqui vedes
sou eu
Penosamente
a caminho
Do fim...