Entra argentando o sacro quarto
Penetrando pelos vidros da janela
Uma luz vinda distante da Terra...
Uma alma se incendeia.
Chega a exuberante lua cheia.
Exalam eflúvios libidinosos vindos
De algum canto do banheiro.
Meu peito pulsa em comoções
Pueris.
Desliga-se o chuveiro...
Aceleram-se, loucas, as emoções
Em mim...
Hum! Hoje tem aventura!
Chega ela toda beleza e formosura,
Toda perfumosa e curvatura...
Enlaça-me e roça-me com os lábios
Correndo pela minha pele... leve...
Suave como brumas em plumas alegres,
Arrancando e plantando arrepios que
São os mais compridos e explícitos rios
De risos, grunhidos e os mais sinceros gemidos...
Braços de afagos e pernas que se descruzam;
Corações e mentes entreabertas;
Abraços e beijos quentes debaixo das cobertas;
Dedos entrelaçados por entre os doirados caracóis;
Suores e movimentos pélvicos amarrotando
A superfície sedosa dos alvejantes lençóis...
Apertados, membros se deslocando tais
Como serpentes soltando seus tristes ais...
Adentramos pela porta sagrada do desejo...
Entregamos-nos ao momento voluptuoso
Deixando nossos corpos num mar de beijos,
Num, aqui, paraíso térreo nos momentos cruciais
Do efêmero gozo.
Gyl Ferrys