Era noite e o vento assobiava
em meus tímpanos aquecidos
pelas brasas do tempo
quando o éter das horas derramou
suas gotas na esfera ofegante de minha cabeça
vadia.
Na passagem das horas
Netuno chacoalha os braços,
ondulando os peixes da desordem
em alto mar de palavras caladas,
paradas,
aladas,
fazendo crescer o silêncio
em seu ímpeto de delfim.