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Quinto Evento

 
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"Começa por uma suspeita se não te importas."


Quero um poema do autor desta frase.

 
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Eventos Luso-Poemas
 
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Enviado por Tópico
Transversal
Publicado: 27/04/2012 03:06  Atualizado: 27/04/2012 03:06
Membro de honra
Usuário desde: 02/01/2011
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 Re: Quinto Evento
estava a ouvir Ramones, quando li o evento quinto, pensei em Shakespeare, Pessoa, até em Quintana (todos escreveram sobre suspeita), mas não, tinha de ficar em casa, e sem mais comentários:

"Começa por uma suspeita se não te importas, depois indaga-me, mas não me ates.Desarma-me a começar nos pés e a acabar nos olhos. Revista-me todo.Se encontrares provas deste amor, faz-me carimbar os dedos no papel, faz-me assinar por baixo, fotografa-me com outros, mas não me ates.Imputa-me crimes, faz de mim um serial-killer, mas não me culpes pelas facas, há muito que andavam cravadas em mim e nem notaste.Se te dói a alma compra um cão, mas não me ates. Como poderia depois fazer amor com a página, gerar filhos no seu útero de fel?Andam por aí a dizer que o poeta roeu a corda, fugiu com a contorcionista mais as cobras numa bicicleta de arame, mas não ligues.Se tiveres coragem, arma uma tenda de circo com o que restou de nós e pega-lhe fogo. Salva os palhaços para memória futura.Mas por favor, não me ates.Nem que me mates."
"O amor é um tema batido" José Ilídio Torres

"Os sinos dobram pela Liberdade" José Ilídio Torres

"Há um poeta enforcado no campanário
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não

Serve o seu corpo frio de contrapeso
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não

A corda esticada num pescoço operário
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não

E nas calças um pénis bem teso
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não


Junta-se o povo em burburinho
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não

Mais as carpideiras e os cangalheiros
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não

Umas choram, outras gemem baixinho
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não

Outros fazem contas aos seus dinheiros
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não


E o poeta mais morto que peru
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não

Mas altivo nessa morte sem igual
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não

Tem escrito no peito, a tinta-cru:
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não


- Fodei-vos! Liberdade não é coisa banal
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não

- Podeis meter a minha morte no cu!
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não

- Que eu nunca morri afinal!
Dlim-dlão, dlim-dlão, poema sim, poema não"