Quando hoje passeava pelo parque,
Descontraído olhava as árvores,
Escutava o chilrear das aves,
Sentia a brisa acariciar-me o rosto,
Sussurrando-me cintilações estelares!
Continuando no meu caminho sem rumo,
Pensei sonhar, mas eu caminhava...
Não...não sonhava!
Pelos meus ouvidos deslizavam sinfonias,
De melodias de sorrisos humanos!
Parei para confirmar e despertar desse sonho,
Que na verdade não o era!
As pessoas riam, falavam, sorriam!
As crianças brincavam, corriam, gargalhavam!
O mundo que antes estava cinzento,
De repente clareou em total deslumbre;
O sol aparecera em forma de sorrisos,
Que as plantas absorviam,
Transformando-os em belas cores,
Criando o mais doce néctar,
Que as aves beijavam
E dos seus bicos adocicados,
Saiam belas árias!
Era total a mutação na terra,
Antes sofrida e chorada na dor,
E agora pujante, alegre e cantada!
Seria milagre, sonho, ilusão,
Era um esvoaçar de utopias e quimeras,
Luares de um azul por inventar,
Arco-íris, que nos abraçavam com as suas cores,
Era um mundo desconhecido,
Em absoluto devaneio de belas metáforas,
Ou estaria eu louco?
José Carlos Moutinho