Sei que está doendo
Mas não sinto
Em meu corpo corre veneno
Amargo como o absinto
Acordarei quando tocarem os sinos
Não sei se da vida ou da morte
Irei caminhando e cantando hinos
Entregue apenas á minha sorte
Minha face mostra suavidade
E esconde toda a verdade
Uma alucinação perigosa de sentimentos
Que se preparam pra morrer por dentro
Onde está minha voz?
Onde estão minhas roupas?
Qualquer palavra
Morre em minha boca
Meu ser nu, cru, se entrega ao relento
E as frases escapam cheias de lamento
Uma fúria desordenada nasce em meu olhar
E meu mundo de infâmia começa a desaguar.