O vento forte soprava
do fundo
ao cimo da rua
minha saia levantava
e ficava
a perna nua...
O vento forte soprava
fazia
a saia balão...
A minha face corava
e ficava
como brasas de carvão...
O vento forte soprava
avisava
a tempestade
na voz do vento escutava
um hino de liberdade...
O vento forte soprava...
aflita segurava
o balão da minha saia
o vento não se calava
e uivando avisava:
olhe, menina não caia...
Cresci no meio do vento
no seio da minha rua
como o vento
também canto
e no ar toda me espanto
quando ponho a perna nua.
Ai vento da minha idade
Ai vento dos meus lamentos
Ai vento feito saudade
Ai vento desses bons tempos!
Maria Helena Amaro
Inédito, 2004
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2 ... vento-esposende-1960.html
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