Mas isso não é nada!
Muitas almas pequenas
estão aqui nesta pousada,
onde busquei um abrigo
para as feridas que tive na alma
depois que ela se foi.
Eles bebem o absinto e a aguardente,
E cantam antigas canções
Que falam de amores perdidos.
Nos ouvidos soa o refrão
Rimando o amor com a dor
Essas almas descontentes,
Exigem apenas copos pequenos,
Para sentirem o gosto do absinto,
E caírem novamente na angústia,
Ficar na pousada com os menestréis
Que tangem suas liras tristes,
Deitado em lençóis
que cheiram a água e fogo
Estou bastante cansado dessa vida,
Por isso estou aqui novamente.
Nos ouvidos chega o mesmo refrão
Usados nos cais ou ouvido em bares.
O mineiro que cantava,
Incluia a dor em seu falar
Usava o amor só para rimar,
O marinheiro dizendo de seu amada
Que ficou em um porto distante.
Eu preciso só aprender
Para que aquelas canções
Cheguem até mim
Para curar as feridas
Que trago na minha alma
desde que ela se foi.
==0==
De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.