Era Abril
As ruas viviam sombras de alegria
O povo entoo hinos de concórdia
Com as mãos cheias de esperança...
Saíram os capitães
Lutaram com confiança
Sorriram ao futuro
Com os vermelhos cravos
Nos punhos erguidos…
O povo ordenava esperança
Alimentava confiança nas novas alianças
Seguiram com o ânimo erguido!
Liberdade!
É Abril
Onde anda o povo?
Os cravos perderam a cor
Assemelham-se a rosas brancas
Desvanecidas nas avenidas
Onde dormem os sem abrigo
Em contagem crescente…
Os semblantes andam caídos
Os bolsos abarrotados de impostos
Sem espaço para outros pressupostos…
As mansões florescem
No suor de Abril
Numa nação à beira mar plantada
O poder cresce sem temer…
Ilusionistas cegos
Teimam em não ver
A cor que corre no sangue
…o sangue que faz doer
Quando na mesa
O pão é falta sentida …
O poder vagueia sem peia
Com laços bem aprumados
Palavras ilusórias a toda a hora
Combinações de fachada
Em mesas engordadas
Com o suor das lágrimas
Do povo esquecido de Abril!
Que se faça Maio sem demora...
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...