" ... miragem que ondeia na areia e vai, vai com o vento que dava alento,
e ainda algum leve movimento às ondas mansas do verde mar..."
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Era uma fera, era uma quimera,
era um sonho tristonho, enfadonho.
Miragem que ondeia na areia e vai,
vai com o vento que dava alento
e ainda algum leve movimento
às ondas mansas do verde mar.
Enquanto na paisagem,
a aragem, a miragem,
e a coragem de olhar,
e ainda ter uma esperança,
e a segurança de uma lembrança.
Era uma fera, era uma quimera,
era um sonho tristonho, enfadonho.
Estava calada, foi abafada
a voz que ecoa e que brada,
estava magoada, a alma cortada,
pela lâmina aguçada da espada,
pois o destino traça, mas tudo passa,
sem ser como foi escrito.
Era uma fera, era uma quimera,
era um sonho tristonho, enfadonho.
Então, ouviu-se um grito, no infinito,
aflito, grito até bonito.
E foi quando sussurrando,
rutilando, uma imagem
na paisagem, apareceu.
Singela como rosa amarela,
mais era a mais bela,
pois era a dela,
mas rápida que era, desapareceu.
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."