Sonhei, e nesse meu sonho,
corpos descarnados,
dançavam baile macabro,
ao som da marcha fúnebre.
Crânios e maxilares,
batiam em frenesi,
e ossadas revoavam
entre os ciprestes.
Sonhei com formas,
nunca antes imaginadas,
com ossos alvacentos,
e risos sorridentes
na boca descarnada,
de um alvo esqueleto
que dirigiu-se a mim:
- “ Não me reconheces?
Sou aquela
a quem um dia,
tu juraste
um amor eterno,
até depois
da própria morte.
- Este é o momento.
Cumpre agora
teu juramento!”
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."