É o corpo teu que espero
Para que o meu alimente
E quando te digo que não quero
Desejo apenas que digas sim… que sejas insistente
Que a tua persistência
Não se canse de pedir
Porque a minha relutância
Não é mais que minha vontade a fingir
E disfarço para não assumir
A dependência que fazes fluir
Do sabor das nossas bocas
Das tuas mãos quando me tocas…
De sentir o teu corpo tremer
De te ouvir gemer
Quando desaustinado me percorres
E com teus lábios me envolves
E me perco em ais esquecidos
Que não consigo conter…
São sopros de profundo querer…
E tantas vezes me surpreendo
Em desejos que nem eu mesma entendo
Esperando martirizada
O momento em que por ti serei novamente amada…
Porque é nesse nosso instante
Que de mim e de tudo esqueço
Quando te aproximas… irremissível estremeço
Culminar de uma demora que se fez angustiante…
E o tempo que fugaz nos foge…
Fica sempre a dever-nos tanto…
Sandra Lopes