MEUS RABISCOS
Jorge Linhaça
Rabisco versos no branco papel
derramo tintas do meu sentimento
Palavras soltas, lançadas ao vento,
versos perdidos, jogados ao léu
Sombras da noite, fel do meu tormento,
Alvorada do dia, versos de mel:
Histórias do meu inferno e céu;
confessionário de dores e alento.
Quem me dera ser poeta pra cantar
metáforas sem ter tanta clareza,
nas figuras de linguagem ocultar
Minhas dores e medos, sob a mesa
valer-me da figura d'outro lugar
para ocultar d'alma a aspereza.