Oh! Quantos beijos te dei
Debaixo de chuva junto à janela!
Quantas carícias te dediquei
Debaixo de um sol de primavera!
Oh! Como em ti me afoguei
Mergulhado em teu pranto de outono!
Em mil ternuras naveguei
Pelos barcos dourados de teu sono!
Oh! Quantas vezes te vi nua
Pela retina reluzente dos meus olhos!
Quantas vezes estiveste na lua
Em sonhos dourados sem espinhos, nem abrolhos!
Oh! Como fiz morada em teu coração
Diante de um céu azul que te sorria!
Em teu seio pranteei a emoção
De agasalhar meu amor de cada dia!
Oh! Quantos poemas para ti escrevi
Descrevendo o êxtase de estar ao teu lado!
Quanta paixão em ti eu senti
Quando labaredas explodias no leito amado!
Oh! Como foi bom dizer te amo
Pelos anos afora quando juntos estivemos!
Como soubemos vencer aos desenganos
Para agora constatarmos que juntos envelhecemos!
Oh! Quanta solidão deixaste quando partiste
Neste corpo seduzido pelo teu tesão!
Quantas lágrimas em mim consumiste
Bordadas pela saudade do teu coração!
Oh! Como a vida agora é ingrata
Perante um mundo em que sozinho estou!
Como tua ausência assaz me maltrata
Sem a magnitude excelsa de teu amor!
Oh! Enquanto soluças aí no além,
A vida vai me enrijecendo em cada parte!
Sei que logo perecerei também
E levar-te-ei o amor que a mim destinaste!
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