Poemas : 

Margem de erro

 
A linha reta do asfalto
não afeta os desníveis de um destino
que não conhece o livre-arbítrio.

As facas já não riscam
em desalinho às cegas,
e o asfalto quente,
escuro,
manchado, marcado,
faz o passo preciso, trôpego,
deslizar na luta contra o estático.

Aqui vai um aviso:
não conheço a medida dos doutores
muito menos a dos bestas,
nem desvio o peso das palavras,
mas reconheço minha margem de erro
nos milímetros deste transe.

 
Autor
NathanSSousa
 
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