Já não ouso pensar em nós
Neste sonhar juntos
Ousadia que me elucida.
Deste fruto doce
Em penoso tronco,
Na ilusão se faz a tua
Árvore.
Tenho medo da minha cunha
De tantos são os meus inventos
Moldo-me com ela.
E, onde a pele arde
Infiltra-se nas entranhas
Um louco desejo.
Quiseste expor teu coração a nu.
E assim, ouvi-lhe todo o amor alheio.
Ah, pobre amigo, nunca saibas tu
Como é ridículo o amor... alheio!
Mário Quintana