Ah esse amor,
Que me distrai a solidão
E reascende em mim as reminiscências de uma ilusão
Esse amor que finjo não existir e me desperta
De um longo sonho ou um curto coma de uma longa paixão
Ah esse amor,
Que busco e não finda a busca
E me leva a ir alem de meu grande silêncio
Atrevendo-me a desejar os lábios que não conheço
E recebendo em troca o mesmo silencio que ofereço
Ah esse amor,
Que não se rende ao desprezo
E se debate em agonia, recusando-se a encenar a vida,
Na qual é triste toda e qualquer alegria
Que dele cada vez mais se distancia
Ah esse amor,
Que aos poucos se vai
Para onde ja se foram os outros que não voltam mais
Que no caminho se resseca em cinzas
Nas chamas frias de uma ilusão que finda
Ah esse amor,
Que qual fênix em despedida
Sabe muito bem a hora da partida
E se entrega a essa dor com a certeza viva
Que renascerá novamente de suas próprias cinzas