Quando eu tiver que morrer
Que seja num dia de domingo,
Nos braços do entardecer
Quando o sol estiver caindo
Fazendo ficar mais rosê
Os estratos, os cirros, os nimbos...
Que do meu lado esteja você,
Você que me deu amor e carinho,
Que nos meus momentos de aflito
Soube muito bem o que me dizer...
Que soube chorar sorrindo;
Que, amiúde, sorriu chorando
Quando estavam se esvaindo
Nossos sonhos e tantos planos
De constituir nosso novo ninho...
(Ó, como foi cruel nosso desengano!)
No dia em que for me matar
Que seja de forma leve e lenta,
Com beijos sabores de menta,
Com os teus olhos azuis do mar...
Que seja num dia de domingo,
Que os patos estejam a brincar
Pelos lagos e prados floridos
Ou no Parque municipal de Beagá...
E que seja ao entardecer,
Quando o sol estiver dormindo
Quando um dedo divino acender
As estrelas, luminárias do infinito,
Com isso deixando soltos, ao olvido,
Os estratos, os cirros, os nimbos...
Derivatives
Gyl Ferrys