palavras malditas
que me aprisionam
se passeiam
na minha garganta sem dó
enrolam. fazem nó
feridas pelo sal das marés
que em mim inundam
diabolicamente a divagar
não deixam a língua as articular
esmagam sem dó
amores ocultos. convencidos.
sedentas
de mãos dadas com a ironia
no extremo do que são
atropelam-me a alma e o coração
palavras. mordem. me fazem chorar
atropelam a ânsia que em mim habita
pesam.olham-me do alto
abismos contidos.vocábulo a provar.
tempo viajante.sem amanhecer.
espero. que as solte num ímpeto cego.
retardam. que se libertem a tempo
de não te perder...