Sinto um vazio de não saber como agir
Vontade de estar em algum lugar
Distante... Onde ninguém que me conheça,
Possa me encontrar
Estou frágil, qual taça a beira da mesa.
Qual pássaro que voa com uma asa quebrada...
Não tenho nada!
Não deixo nada, para ninguém.
Apenas os textos, das mãos que a artrose enfeiou.
Livros escritos, com alguma dor ou alegria
Cada momento vivido, por mim, devidamente revelado,
Nas palavras que saíam do mais profundo do meu ser
Mesmo assim, nada resolvi, só a alma, abri...
Passo pela vida, deixando sim, amigos incontáveis
Lembranças, nostalgias
Pequenos momentos de alegria...
Sinto o gosto amargo do vinho seco.
Pétala de rosa que cai ao chão...
Sinto a dor de nada poder fazer
Para minha situação, resolver...
Sentimento de impotência dentro de mim
Choro muitas vezes.
Assim desabafo um pouco
Caio em mim:
Tem gente com mais problemas do que eu,
Mas ainda assim me dói, por isso tudo passar
A vida não me foi florida
Em nenhum momento.
Salvo a infância
Tempos bons de criança...
Sinto falta.
Nessas horas a minha mente vagueia,
E ponho a percorrer mundos imaginários,
De pessoas que ainda se dão
Em carinho, de coração...
Sou agora o vento que sopra,
Brisa apenas...
Queria mesmo ser ventania!
E levar a mim mesma,
Para longe dessa agonia...
FÁTIMA ABREU