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À eternidade

 
I.
Uma eternidade de vazio
que não deixa o pensamento
saber o que é direito.
Viver no eterno frio,
da ausência do amor,
carregar ilusão no peito,
só saber o que é a dor.

Uma eternidade de infinito,
vazio, escuro e sem luz,
sem um raio de sol na vida,
caminhando rumo ao nada,
caminhando por uma estrada
que à eternidade conduz,
com os olhos fechados e sem vida
e a mãos cruzadas sobre o peito
em feitio de uma oração.

II.
Caminhar sem sentir os passos,
em busca desesperada,
de um amor impossível,
perder-se entre os espaços
e descobrir amargurado
que se é apenas mortal.

III.
Confiar na ânsia incontida
da eterna felicidade,
fechar os olhos à razão
seguir sempre o coração.
Uma saudade, a partida,
olhos fechados, o fim da vida.

Morrer sozinho, partir
sem volta para a eternidade,
morrer numa noite triste
partir sem deixar saudade.


" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."




 
Autor
LuizMorais
 
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