No caminho tortuoso ao Gólgota
o Cristo levava a pesada cruz
e sobre os olhos cansados e feridos,
o mestre via a Via Crucis humana.
Um homem, carne e espírito,
humano e divino - fragilizado,
para que as dores do mundo conhecesse
e o homem nEle visse e percebesse
que as dores tomadas pelo Jesus,
se Deus não fosse Amor,
um dia seriam nossas.
Resignado como cordeiro
que segue ao abate,
tosquiado com chicotes, esbofeteado,
cuspida a face do Unigênito de Deus,
a bestialidade humana sem limites
não compreendeu a dimensão da dor divinal
e ao cuspir a face de Cristo
o insensato homem cuspia a face de Deus.
Deus, porém, tomou o seu Amor ao último termo
deixar seu Filho amado,
exposto entre salteadores e ao escárnio do público, ser cravejado no madeiro à hora terceira
e o espírito do Filho ao Pai entregue
na hora nona: a consumação.
A morte do Messias libertava
não só homem do julgo da carne,
mas o espírito da treva perenal.
[Jadson Simões, Aju-SE, 30.06.2013]
Jadson Simões