Caminha-se solitário à noite pela praça
E percebe-se o sarro congelado dos namorados,
Mãozinhas bobas que atacam por todos os lados
Cativando o arrepio exonerado de quem passa.
Ouvem-se gritinhos sussurrados de prazer
E vê-se o beijo que sufoca e alicia,
O andarilho se perturba com a ousadia
E prevê que o orgasmo ali pode acontecer.
Diante do quadro o caminhante sua
Sem se perceber intruso na noite nua
Repleta de escuridão e do viço que asfixia...
Parece que o tempo dorme em colchão de veludo
E os protagonistas sonham diante do tudo
Até que o galo canta anunciando melancolia!