Voz, que palavra tão pequena com um valor imenso,
sem ti, que seria de mim?
As minhas palavras morreriam no silêncio do vazio,
como poderia eu, voz,
transmitir os sons das minhas emoções
e fazer soar alto todo o sentido do meu dizer?
A minha poesia não teria a força do meu querer,
numa voz silenciosa,
calada na garganta sufocada,
sem som!
Voz...quase passas despercebida
na solidão dos momentos calados,
mas que te impões nos instantes de exaltação!
Criaram-te um dia, na utopia das invenções,
tu, voz, tens todos os dias das nossas vidas!
Nunca me abandones, por favor, voz,
fica para sempre comigo,
ainda que te tornes rouca, fanhosa,
nunca me deixes,
pelo menos, que o teu som seja sempre audível
que possas transmitir o que me vai na alma
E grites em bom som,
tudo que o meu coração te peça.
José Carlos Moutinho
16/4/12