E o que é que o meu amor me diz que possa traduzir em letras?
Gostava de dar aso à minha desfiguração total
E à perda do controlo sobre mim mesmo primeiro para que se entenda.
Tenho daquelas loucuras em que espero que digas o que não dizes
E que (nesse produto de não dizeres) depois acho-me a insistir
E encontro-me chato e tão miserável que nem nunca te mereça.
Nem sei tão pouco se desenhar-te sorrisos na cara é relevante
Para que eu me torne matéria amada pelo teu peito escarlate
Que parece tão longínquo da extrema lucidez maligna do meu.
Oh – e porque é que eu por vezes sonho que me amas?
Porque é que acordo transpirado de manhã porque tive medo de te perder
Num sonho, quando nunca te tive numa vida?