Apontei para Norte o meu desnorte,
Retirei todo o azar à sorte
E dei vida à que será, um dia, a minha morte.
Num retesamento de espinha
Saltei do chão para as pernas
Recuperando aquilo que tinha
Fechado entre asas e penas...
Fiz-me direito
Andei mal seguro por caminho estreito.
Balanço agora, abano
Num desengonço medido
E um desequilíbrio decano...
Mas cá vou, entre aspas e travessões
Fazendo das palavras, viva voz,
Dizendo dizeres gigantes e anões
E debruando-os com cornucópias
Na tentativa de sentir o pulsar
De algo que não se quer mostrar.
E assim, aponto outra vez o Norte ao meu desnorte
Esgrimo o azar com a sorte
E dou vida à, que vai ser, a minha morte
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.