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Finjo (que sou poeta)

 
Tags:  amor    saudades    fingimento  
 
Finjo que sou poeta, para consolar meus soluços

vivo presa na guarda de um só olhar

minto com garras de leão.

Finjo que a verdade é princípio já no fim

que todas as coisas são quimeras

que ultrapassam a fria razão.

Finjo que acredito na madrugada, na noite

Enevoada por palavras sem transparência

E tanto finjo que dou por mim

cortar aos pedaços o coração.

Finjo que estou louca, porquê esta loucura?

Se tenho nas minhas mãos sombras

de cansaço ardente, fogo preso

neste dormir acordada, sem solução.

Finjo que sou poeta porque quero morrer

Todo o amor que é sangue,quente

que na minha alma gela.



Airam

 
Autor
Vahalla
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