Persigo um pensamento
pelas vielas onde eles se escondem,
com a rede da razão numa mão e a outra encher-se de espanto.
Sempre que passam persisto na perseguição,
mas apanho apenas algumas letras espaçadas, palavras soltas.
E por vezes a pele seca de frases incompletas, lá, nos becos esconsos onde o pensamento mudou de pele, mudou de rumo,
esquivando-se das minhas armadilhas, das minhas vâs tentativas
para o prender.
Persigo um pensamento na cadeira do barbeiro
e no caminho de casa,
quase apanhando a sua linha dourada.
Aqueles que eu mais desejo prender
são os mais esquivos
cheios de artimanhas e volteios
fintas e maranhos.
NR