Ela caminha de volta ao cubo que lhe é mae
As revistas estão ainda reviradas pelo chão
E ela olha em volta procurando se perder em alguma coisa
Todo o seu dia foi somente lembranças
Poderia alguem lhe dizer um olá despretencioso?
Queria ela raptar os olhares que não a perseguem ao caminhar pelas ruas?
Ela nao teve com quem dividir o seu café da manha...
Nem foi sempre assim
Talvez, se notassem quando ela abaixa o olhar tímido
Quem sabe se notassem seu jeito que a denuncia
Encontrariam a moça, veriam a moça
Haveria um jantar em pratos de plásticos
Isto a acolhe!!
Mais que suas coisas que cuidara a ficarem sempre certinhas
Desde que levaram dela o primeiro querer
Não há versos para ela
Uma canção sequer
Não há cortes em uma árvore da esquina, secreta, somente enamorados
Uma saudade que seja em forma de desenho a lhe lembrar que um dia foi amada
Ela nem mesmo quereria por ser farsante
Certinho!! A teimosia lhe é pertinente
O que ela não sabe é que assim são as coisas secretas que caminham junto a sua sombra
E amanha, sei que levarei o olhar mais uma vez em sua direção
Sem pena da moça. Porque se cigarros brotassem na relva
Haveria florestas inteiras na contramão de sua esquina.