Desvairada! Escarnecendo sobre si e falando sozinha
Gargalhar sem sentir graça é chorar por dentro
Em seu delírio ela não caminha
Nada contra as correntes, corre contra o tempo.
Corre para dentro de si mesma, cai e se arrasta.
Dentro do seu corpo suas unhas ela crava,
Grita pra que não lhe atormentem ou ameaçassem
Jogar-lhe as feras sem dó ou piedade.
Ela não consegue permanecer presa em seu corpo.
Escorre pelos olhos, pela boca transborda.
Lá fora estão os monstros, os lobos e os loucos.
Ela grita em desespero no momento em que entorna.
Está fora! Está desprotegida!
Quer abrir uma fenda no solo e se enterrar.
Mas se desconhece, não sabe as medidas
Que são necessárias para se invalidar.