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Veneno

 
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Deita-te aqui.
O gosto do ópio paira na minha boca, deixa-me sentir-te enquanto a euforia ainda permanece no meu sangue.
Não venhas tarde, quando o sono lírico se apoderar do prazer que a carne retém.

Nudez do olhar, riso dormente.
Vem ver a actuação da voluptuosidade da morfina, socorre-me da letargia da maré que se deita no meu cérebro.


Os olhos fecharam-se vagarosamente, a mão abriu-se, o frasco caiu ao chão e rodopiou até aos teus pés.


les fleurs mortes.

 
Autor
Fleur
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Texto
Data
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1968
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