Quisera que o Senhor de todo universo
Insuflasse em mim a mais bela poesia
Para que eu pudesse decantar em versos
A triste sina da menina da casa da esquina.
Que quando ela lesse o poema proposto
A alegria se acendesse naquele rubro rosto
E fizesse-a sorrir tanto, que desse gargalhadas
Das palavras ali, mágicas e engraçadas.
Mas que ela risse tanto, mas tanto,
Que até se esquecesse do que a incomoda;
Que secasse todo sinuoso pranto
Que ela verte naquela cadeira de rodas.
E que as palavras se difundissem por aí,
Pelos campos inférteis e prados perdidos
Que elas, por si só, fizessem a todos sorrir
Quando rompessem o muro daquele asilo.
Quisera, quem dera, quem sabe um dia
Eu possa confeccionar a mais bela poesia
Para que possa alegrar aquela triste menina
Que mora naquela casa bonita da esquina!
Gyl Ferrys