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Numa Resposta sem destino

 
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Numa resposta sem destino, entrego a quem obedecer à ordem das inquietantes verdades, um sorriso de morto e veneno muito. Mantenho atento cada momento com a paixão rancorosa de te amar e odiar o mesmo tempo.
Sigo-te nos meus incómodos pensamentos todos os dias e são dias e são tantos.
Agonio-te de longe num feitiço inacabado, para que não descubras quebradiço para o encosto, rasgo o teu retrato a cada segundo que fujo porque te amo e oriento-me sozinho num mundo distante, neste onde te encontro.
Eu?
Fui eu, sim eu quem te ouviu dizer um dia “amo-te”, e agora?
Deixas-te ver sem saber e escondes-te com a certeza de que já não existo, mas enganaste repetidamente, … porque nada me fazes perder.
Retiraste tudo do que sou quando já muito pouco tinha a perder, aceitei os teus carinhos com a inocência nada vaga de quem sente que é o amor, aquele que o envolve e pergunto-me nestes momentos de intenso sofrimento, porque me amaste?
Ainda existo, e reparei no teu percurso, para azar meu, porque me dirigi a ti como um eclipse, sim foi isso que aconteceu, o brilho dos teus olhos devolveu-me os sonhos como quem mandava para trás das costas as noites frias que te contei, as mesmas que me mostraram o que é estar sozinho de verdade, não sozinho porque ausente…
É tão difícil, eu entendo e gostaria muito de contar, … ou talvez não.
Na verdade penso que não, mas aconteceu, vi-te de novo uma ultima vez e foste tu quem me mostrou um perpetuo olhar, uma vingança pelas palavras que te tentei dizer.
Acredita em mim.
Errei, quem deveria acreditar era eu, e ser astuto o suficiente para perceber, que afinal foste tu que me perdeu.
Ainda te tenho comigo e isso, ninguém me tira, pelo menos enquanto o meu sonho vingar.


Manuel Rodrigues

 
Autor
Manuel Rodrigues
 
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