<br />Como as ondas de um mar.
Como as ondas de um lago vibrante,
Se me caiu o coração.
Pelo vale da insônia
Ronda dolente das flôres,
E o eco de seus aromas
Ondulado e armonioso
Também chega ao coração.
Dourada brisa esta hora,
Momento, atrás de momento,
Gira aguda, quase imóvel;
A mansanilha em silêncio
Se quebra, porém lá dentro
Segue andando o coração.
Em busca de meus gritos
Vou, o solo se me acaba,
Um passo em vão estou dando.
E, que farei do coração
Que há caido amargurado
Em um lago tão profundo
Mergulhando em tão profunda solidão.
Como as ondas do mar.
Como um lago vazio.
Se me caiu o coração.
Na solidão difusa
Se desfazem entre pétalas
Rosas e ondas de canção.
Oh ! Caminhos encendiados
De vozes de alarme certo !
Dando está em vago o grito
Que se acaba no sangue.
Que fará o coração sem hora,
Sem sangue, sem flôres, nem vozes,
E quanto mais para cima,
Mais submergido e mais profundo.
Que fará no alto o coração ?
Rui Garcia
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