Luz na hora
Hoje subi a montanha
e de longe se via o vasto campo agreste
A chuva ja tinha passado
embora o rasto dela ainda espairece no ar
Aquela planície parecia o desdobrar do meu coração
de longe se via os pássaros
e o sol em chamas tentava penetrar por entre as nuvens
Os animais confraternizavam
ajudando-se mutuamente
no bem estar do seu habitat
Acabados de sair do abrigo
Após do abandonar do perigo
O vento sopra-me no rosto
enquanto os anos passam
na memoria
e em terra
Pode-se eu ser livre
No meu habitat
Longe de confusões
Afinal de contas só habitamos
esta imensidão uma vez
pelo menos é esta a minha crença
Quantas noites mais vamos
sobreviver ao vazio?
Ao caminhar na estrada
Estrada essa cheio de desacatos
e mal estar
Poça de lama
Cama de papelão para o sem-abrigo
Os carros
Pequenas maquinas em combustão
O ar já foi mais puro
O Velho esta sentado no banco do jardim
os pombos o rodeiam
milho para o chão
sorrisos na cara ja desgastada
A criança corre na sua direcção
espanta os pássaros
com a imensa alegria ao vê-los voar.
[i]Minha autoria, João Ricardo[/i]