Beijei ressabiadamente a saudade
Tentando garimpar o ócio na solidão,
Auscultei o carinho que banhava o coração
Solfejando rimas que lembravam minha mocidade.
Foi intensa a ternura que bradou no silêncio
Que me vi capitular nos átomos da melodia,
Tatuei notas defumadas no crepúsculo da sinfonia
E uma canção anatômica eclodiu desenhada em incenso.
Um ritmo aveludado tingiu a aurora boreal
De um ritual catatônico, rico e confessional
Que me elevou a uma quadrante potência de embevecimento...
Nos arranjos dedilhados numa harpa melindrosa
Percebi que a música convulsionou-se na arte venturosa
De um rebanho de repertórios que tocava o sentimento!