O poeta corre riscos
quando se entrega
à perfeição dos amores.
Corre riscos de morte
e carrega na alma mansa,
breves traços de demência.
Ouve as águas,
quando não há sede.
Guarda as manhãs
onde a vida passa
entre a realidade
e o sonho.
{Ouve pedras e flores}.
Em caixas de vento
coleciona palavras
e sentimentos.
Nas sombras do tempo,
vê réstias do sol.
Na escuridão dos muros
Despede-se da noite.
Espalha fotografias
no teto das salas
onde espelhos refletem
a ausência de cores.
Poemas em ondas deslizam nas águas.