Poemas : 

[Destecem-se alguns dos sons]

 
.
.
.
.
.
.
.
.
....................................
***********************************


Destecem-se alguns dos sons,
talvez se queiram em cor,
ah... perguntei-te; em cor de primavera,
em cor de outono [?],

mudar de vida dissemos um dia,
e que esse dia fosse como o voo do albatroz,
vogando pelo ar que toca o mar,
sem o bater das asas,
dissemos nesse dia.

Alguns dos sons resistem, sussurros
ou murmurios,
como se ecoassem do fundo do mar,
mais fortes que o cantar das baleias,
e nos olhos que semicerravamos,
nasciam daquela árvore despida borboletas em cor,
ah... perguntei-te; em cor de primavera,
em cor de outono [?],

lembras-te?


Ficávamos nús no meio dos sargaços que nos cobriam os corpos enquanto a espuma das ondas nos despenteava como o vento,

e gritávamos “-Terra à vista, gajeiro!”

Nesta noite, repetida tantas noites,
sei-te na terra que avistávamos,
nesta noite, repetida tantas noites,
sei-me no meio dos sussurros ou murmurios
que ecoam do fundo do mar.

[da cor, que seja cor de primavera, que seja cor de outono... nunca o soube]
nem nestas noites repetidas de tantas as noites.








Outra disposição apenas [neofilia, talvez...]:

[Destecem-se alguns dos sons]

Destecem-se alguns dos sons talvez se queiram em cor ah... perguntarei-te; em cor de primavera em cor de outono [?]… mudar de vida dissemos um dia e que esse dia fosse como o voo do albatroz vogando pelo ar que toca o mar sem o bater das asas dissemos nesse dia. Alguns dos sons resistem sussurros ou murmurios como se ecoassem do fundo do mar mais fortes que o cantar das baleias, e nos olhos que semicerravamos nasciam daquela árvore despida borboletas em cor ah... perguntei-te; em cor de primavera em cor de outono lembras-te?

Ficávamos nús no meio dos sargaços
que nos cobriam os corpos
enquanto a espuma das ondas
nos despenteava como o vento
e gritávamos “-Terra à vista, gajeiro!”.Nesta noite, repetida tantas noites sei-te na terra que avistávamos, nesta noite repetida tantas noites, sei-me no meio dos sussurros ou murmurios que ecoam do fundo do mar.

[da cor,
que seja cor de primavera,
que seja cor de outono nunca o soube...]
nem nestas noites repetidas de tantas as noites.


"Floriram por engano as rosas bravas
No inverno:veio o vento desfolha las..."
(Camilo Pessanha)

http://ricardopocinho.blogspot.com/
ricardopocinho@hotmail.com





La Folie, dos irmãos Marx...

O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”
 
Autor
Transversal
 
Texto
Data
Leituras
1290
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
14 pontos
14
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
jessicaseventeen
Publicado: 05/04/2012 11:31  Atualizado: 05/04/2012 11:31
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2011
Localidade: Coimbra, Portugal
Mensagens: 920
 Re: [Destecem-se alguns dos sons]
Transversal

Me traz sempre um novo horizonte
Tal é o enredo poético
MARAVILHOSO

Beijinhos *

Jessica


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/04/2012 11:44  Atualizado: 05/04/2012 11:44
 Re: [Destecem-se alguns dos sons]
Olá Transversal!

Vim apenas deixar aqui um som, o de agrado!

Adorei as duas versões e fiquei até à última linha a pensar que desvendaria o "mistério"!

Muito belo! Parabéns! Obrigada por partilhar!

Abraço poético

Felisbela


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/04/2012 12:07  Atualizado: 05/04/2012 12:07
 Re: [Destecem-se alguns dos sons]
Obrigado por nos trazer palavras tão lindas...por nos trazer o som da magia embutido num poema que nos leva a navegar...ao longe.Maravilhoso.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/04/2012 12:10  Atualizado: 05/04/2012 12:10
 Re: [Destecem-se alguns dos sons]
Uma cor que não sei bem,
que encanta e que me vem
da primavera, do outono,
nas minhas noites sem sono,
que os meus olhos não esquecem,
que meus sonhos não destecem,
estranha e divina cor,
deve ser a cor do amor...

(No improviso... desculpe a ousadia...)

Beijinho!


Enviado por Tópico
TRIGO
Publicado: 06/04/2012 07:37  Atualizado: 06/04/2012 07:37
Colaborador
Usuário desde: 26/01/2009
Localidade: Cabeça-Boa - Torre de Moncorvo
Mensagens: 2325
 Re: [Destecem-se alguns dos sons]
...
transversal

Nesta noite, repetida tantas noites,
sei-te na terra que avistávamos,
nesta noite, repetida tantas noites,
sei-me no meio dos sussurros ou murmurios
que ecoam do fundo do mar


destaco-te isso, e bem!

abraço


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/04/2012 12:28  Atualizado: 11/04/2012 12:28
 Re: [Destecem-se alguns dos sons]
*Favoritei*
Bjoka*


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/04/2012 16:03  Atualizado: 12/04/2012 03:06
 Re: [Destecem-se alguns dos sons]
"...nos olhos que semicerravamos nasciam daquela árvore despida borboletas em cor ah... perguntei-te; em cor de primavera em cor de outono..." serão essas cores as cores da poesia... ou desenhado no céu, num voo a dança do albatroz, voo que me fizeste dançar nas ondulações lidas nesses versos... na audição dos sons, no envolvimento com as cores e nas danças repetidas e necessárias...
grato pela partilha. meu abraço caRIOca ao amigo e poeta Ricardo.
zésilveira