Para que não chegue o dia
em que a flama da esperança
que arde no chão de teu dia
amanheça recoberta
de uma fuligem tão fria
como um ferrão de incerteza
no azul da alegria;
para que esse dia – e é o dia
em que te começa a morte –
não chegue, tens de guardar
dia a dia, mesmo doendo,
o amor no teu coração:
sabendo que amor só cresce
quando se reparte inteiro
e se deixa de crescer
de ser amor também deixa…
Thiago de Mello, poeta amazonense, In: Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida. Ed. Civilização Brasileira, 6a. Ed., p. 15.