O álcool em meu sangue rebenta,
Acende o corpo,
Transpiração sai de meus poros
De pólo a pólo com violência.
Quero me afogar por dentro,
Sufocar minha existência.
Irei além de meu intento
De reaver minha inocência.
A embriaguez assume minha razão,
Some minha polidez,
Sem muita lucidez
Arremesso-me ao chão.
Em minha sordidez choro,
Abraço o isolamento,
Corto minhas próprias mãos e sangro
Chegando a esgotamento.
Ainda que haja a dormência,
Posso sentir a dolência interior
Comprimindo sem pudor,
Sorvendo a minha essência.
Se alguém me indagar donde vem a minha dor,
Eu direi que dos densos sentimentos de horror
Cativos em meu pensamento
Desde o meu nascimento.