Posso
Pedir-te um favor
Daqueles que os amigos fazem
Diz-me quem sou
De quantos vocábulos
Se define o meu ser
Posso
Pousar a cabeça
No teu ombro cansado
O mundo esfrangalhado
Caí em bocados
Eu
Labuto comigo
Uma quezília modesta
Sem regras
Contra regras
Algo que se pareça
Com o vazio
Que habita os sonhos
Posso
Sentar-me a teu lado
Permanecer calada
O verbo vazio
Estrebucha imperfeito
Grande o defeito
De quem tudo cala
Macilenta conversa
Não me salta á boca
Penso e repenso
De que fibra nasci
Ai de mim
Preciso sim
De um olhar atento
Que penetre dentro
Do ser aguado
Resguardo
Encobrindo fracasso
Num passo lento
Arrisco
Uma valsa dançada
Na praia vazia
Que desperte a saudade
Num qualquer dia.
Antonia Ruivo
http://escritarubra.blogspot.pt/
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...