Num canto qualquer por mim há muito arrumada Estática no tempo e ligeiramente empoeirada E minha velha viola, hoje mesmo tentei-te voltar a tocar
Mas tuas cordas pelo tempo ficaram afrouxadas Nesse curto dueto com minhas mãos agora estranhamente para ti e só para ti desafinadas Não produzindo elas em seu conjunto música para nós os dois nos amar
Porque já não há nada mais para se escutar Vindo de nós os dois que já não tenha sido dito Nossa velha música de enamorados não passa agora de mais um rascunho também ele proscrito E choro sim, choro por aqueles acordes que em nossa vida jamais tocámos Sorrindo de seguida relembrando músicas de pura alegria que nós os dois também inventamos E aí paro e penso: Que diabo estou eu a fazer?? De ti música já não ouço nada Tendo sim meus ouvidos mas minha alma se encontra fechada E dou por mim num palco vazio Sem o calor da louca multidão só sentindo um estranho e incómodo sentimento frio E te pego minha viola de outrora e te parto em mil pedaços E no meio de meus braços, sinto todos os teus estilhaços E ouço agora tuas derradeiras notas finais Musica de alegria já há muito que não tocas, agora só marchas fúnebres em tristes funerais….